Dê a todos seu melhor sorriso
Esconda nele todo lado sombrio
Seu desejo e medo de morrer
Seus conselhos não te ajudam
Você planta espinhos
Esperando a flor nascer
Os cortes são fundos
Deixaram marcas
Mas te ajudaram a crescer.
Dê a todos seu melhor sorriso
Esconda nele todo lado sombrio
Seu desejo e medo de morrer
Seus conselhos não te ajudam
Você planta espinhos
Esperando a flor nascer
Os cortes são fundos
Deixaram marcas
Mas te ajudaram a crescer.
No calor do momento
Minha ação demasiada
O encontro sorrateiro
No meio do nada
Era sincero o gesto?
Ou apenas quente seu hálito?
Eu fui indigesto?
Ou só queria uma gozada?
Eu recebi o teu gelo
Um retorno inesperado
Tamanho era meu desejo
Que não percebi a cilada.
Que virou muda
Que virou árvore
Ascendendo ao céu
Mas que num golpe
Que virou queda
Que virou papel.
O papel que virou qualquer coisa
Quase bidimensional
Sem profundidade
Sem céu
Só o fino e frágil
Papel de jornal.
Coloquei nessa terra salgada
Sementes selecionadas
Sem perceber que no sal
Nada cresce.
Ensopei a terra com choro
Achando que faltava umidade
Salinizei ainda mais o chão
Agora é tudo deserto
Não há frutos em minhas mãos .
No calor do momento
Minhas mãos geladas
O encontro de dois ventos
No meio da mata
Era sincero o gesto
E quente seu hálito
Você mais que discreto
Um gato assustado
E eu congelado
Sem o vigor esperado
Nervoso e surpreso
Por estar encantado.
A Natureza veio e mostrou tudo
Inclusive minha comum singularidade
Desfez inteiro o mundo
É crua e nua a verdade
A carne, é só carne!
A minha, a sua
E qualquer uma.
A carne, é só carne!
Tudo é vulgar!