terça-feira, 22 de novembro de 2011

Explore

Explode, explode, explode
Barreira, TV, dinheiro
Individuo, ter, não dividir
Consumo, maldade, sair por cima

Explore, explore, explore
Pólen, mel, terra húmida
Língua, umbigo, joelhos
Um fio de saliva, vida

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Amadurece e Avoa


Inverter o fluxo, me deixar ir onde não desaguo
Análogo, indistinguível, soprado
Vacilar no meio do meu nado
Ver a praia e apaixonar pelos seres salgados

A própria gangrenagem dessa máquina
O próprio soar desses poros
A imbecilidade e a vaidade
Na própria tinta da maquiagem
Está a cortina que divide os povos

Besta, de segunda a sexta fera
Sombra de coisa alguma
Espuma na gruta que arrefece
Desce, embebe, embrulha
Na labuta trouxa de ser coisa nenhuma

No coração da ave avoa
Meu coração atoa, avoa
Meu coração sempre perdura, sempre perdoa
A noite vem e me leva no bico
Minha alma aproa
E viro bicho

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Tudo para mim mesmo


Alma impossível, fogo do fogo, feito nas brasas, para o desfiladeiro, para o clarão, a morte não usa explicação.
Coração em pânico, sombras frias, o possível, o passível.
Estou com medo, vestido em meus sonhos, fechado e fachada, flechas e facadas, o mal insone.
Não, eu não quero sentir seu coração. Prefiro acreditar que apenas a Natureza não está morta. Embora toda seiva fantasmeie por entre os cômodos, indigente, indireto, indistinto.
Para sentir e para servir, uma chance para mim, uma pequena quantidade de mim, um pequeno olhar para mim, um pequeno paraíso, por favor.
Estou aqui, feito nas brasas, uma comunicação ruim, é tudo que tenho.
Estrangular dias nas horas, orações pagãs, pisar em ovos.
Arquear, quebrar, trincar, entrar em catarse.
Fogo do fogo, alma impossível, o mal insone.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Ode à Natureza

Casa silenciosa
Ipê amarelo no céu cinza
Água fresca, o Sol de ouro justo
O cheiro de minha mãe

A Natureza divina
Árvores agarradas ao solo por amor
Um sentimento singelo nasce em mim
Pela natureza das coisas

Animais em primavera
O seio vaporoso das Matas
Este céu alaranjado
Está barriga quentinha de gato

Segundo Obstáculo


Forças expansivas comandam nossa rota
Estamos tranquilos na beira disso tudo
O odioso cheiro do tédio não nos encontra
Mas o mundo nos aguarda

Pegue tudo que sabemos ser nosso
Vamos embora desse labirinto
Cinquenta palavras mal ditas
Mas eu estou bem agora

Figurativo ou relativo?
Você dorme ao meu lado
As sombras movem-se devagar pelo quarto
Sinto o vapor do seu corpo

Podemos fechar nossos olhos
Escolher assim por onde ir
Nunca estaremos perdidos
Enquanto o chão estiver sob nós

Mas quando eles chegam
Abduzindo meu coração
Para fazer terríveis experiências

O limbo fica quieto
O limbo fica calmo
O cheiro do limbo fica em mim

Terceiro obstáculo...