terça-feira, 16 de outubro de 2012

Peçonha


Minha vida, um charco.
Minha última sombra, 

Meu último recurso,
Não quero me estragar.

Nos olhos dele não há o doce,
Não há a grandeza do ritmo,
Sangra minha vida nessa ficção.
Não me faça sofrer mais.

A vida é de um perigo
Que me encharca de suor e sangue
[Lágrimas soturnas]
Um mito que se embaraça
E nos prende como um vicio

Morno meu coração
Bate um tom a menos hoje
Cansado, ceifado... arrefece
Como peçonha no vidro


terça-feira, 2 de outubro de 2012

A Grande Serpente Vaporosa


Lichias e borboletas
O céu sobre nossas cabeças
Toda delicadeza dessa vida

A Selva é deus
E sou teu agora!

Me levanto e o Sol avisa que é tarde
A Serpente branca se enrola em meu corpo
Num abraço hipnótico sua língua
Me cheira e me orbita vermelha.

Meu corpo logo se rende
Abandona a força e se torna senciente
Não quero lutar, então vou
Na garganta deslizo...

Por fim a Serpente sou eu
Somos a Terra e seu grito
Um sonho vaporoso
Enraizado em mim

A Serpente é deus
E sou teu agora!


*Gratidão todas as manhãs, a esta Natureza divina.